"Brasil quer processar minerais críticos, não exportar commodity", diz Lula
Fala do petista acontece às vésperas de encontro com Donald Trump, quando parcerias para exploração de terras raras devem ser tema
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (23) que o Brasil quer refinar minerais críticos em seu território, não os exportar como commodity. A fala acontece às vésperas de encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, quando parcerias para exploração de terras raras devem ser tema.
“Apesar de termos somente 30% da riqueza mineral mapeada no país, já temos 10% das reservas de minerais críticos para a transição energética. A criação do Conselho Nacional de Política Mineral será um passo muito importante para garantir nossa soberania”, disse em fórum econômico em Jacarta, capital da Indonésia.
“A experiência indonésia de incentivar o processamento do minério bruto em seu território é importante exemplo de como atrair investimento e gerar emprego. Não queremos reproduzir a condição de meros exportadores de commodities. Queremos agregar valor em nosso território, com responsabilidade ambiental e respeito às comunidades locais”, completou.
O governo brasileiro tem um leque de parcerias estratégicas a propor a Trump, enquanto negocia o tarifaço de 50% imposto pelo país.
No topo desta lista, segundo apuração da CNN, aparecem as terras raras — minerais importantes para tecnologias do futuro e que estão majoritariamente sob controle chinês.
Na mesma participação, Lula voltou a defender o comércio em moedas locais, sem uso do dólar, entre os membros dos Brics.
“No âmbito dos Brics, o PIX e o QRIS [ferramenta indonésia de pagamentos instantâneos] oferecem pagamentos acessíveis, que podem inspirar medidas de facilitação do comércio em moedas locais entre os países do bloco”, disse.
Lula deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no próximo domingo (26), na Malásia. O republicano, por mais de uma vez, ameaçou taxar países dos Brics que tentassem contrapor a dominância do dólar.
Na sequência desta fala, o petista ainda afirmou que “Indonésia e Brasil se opõem a medidas unilaterais e coercitivas que destroem o comércio” — sem menção direta ao republicano.
Da CNN Brasil
