Chile convoca reservistas das Forças Armadas para conter manifestações
Por Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil Montevidéu
Militares da reserva das Forças Armadas do Chile foram convocados para reforçar o trabalho durante protestos que ocorrem em Santiago desde a semana passada. O decreto que autoriza a convocação de reservistas foi publicado na quarta (23) pelo deputado do partido de oposição Frente Amplio Miguel Crispi, em sua conta no Twitter. O ministro do Interior, Andrés Chadwick, confirmou a veracidade do documento.
Para Miguel Crispi, o documento é preocupante e delicado. Ele disse que o país não está em guerra e que o governo deve dar explicações sobre o incremento de militares nas ruas.
O decreto, da Subsecretaria de Forças Armadas, permite a possibilidade de prolongar o estado de emergência por até 13 dias e a convocação de reservistas.
O ministro Andrés Chadwick disse que a decisão é das próprias Forças Armadas. As Forças Armadas podem chamar as suas reservas, não apenas para reforçar, mas também deve-se entender que as jornadas têm sido muito longas, muito duras, e que o pessoal [mobilizado] necessita ter seu devido descanso, e por isso, eu imagino, o chefe [da Defesa Nacional] terá que explicar as suas razões.
O jornal chileno La Tercera informou que fontes do Exército disseram que a convocação dos reservistas foi pensada para estar nas unidades militares com trabalho administrativo e de apoio logístico para não atrasar a papelada e para funcionar bem no dia a dia. A mesma fonte informou que não foi convocada toda a reserva, mas apenas algumas pessoas, de maneira progressiva. O objetivo do decreto seria enviar militares do serviço ativo das Forças Armadas para agir na segurança das ruas, enquanto os reservistas assumiriam o trabalho administrativo.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que o governo, em conversas com os chefes da Defesa Nacional, está trabalhando em um plano de normalização na vida de nossos compatriotas, que está em marcha e se traduz em ir reduzindo os períodos afetados pelos toques de recolher. Queremos terminar com o toque de recolher e suspender o estado de emergência.
Edição: Fernando Fraga
Foto JOSE LUIS SAAVEDRA
Empresa Brasil de Comunicação