Falta de cemitérios de animais em Campo Grande será apurado pelo MPMS após denúncia de moradora

18/05/2023 09h07 - Atualizado há 11 mêses

Moradora pediu enterrar animal de estimação em lápide da família em cemitério, mas pax não permitiu

Cb image default
Divulgação

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), instaurou processo administrativo para acompanhar quais as medidas são tomadas pelo município de Campo Grande com a destinação final de animais. Uma moradora denunciou que a Capital não tem cemitério próprio para os bichos de estimação e pediu acompanhamento da promotoria.

Conforme consta o processo administrativo, a moradora entrou em contato após o animal de estimação, criado por 11 anos com a família, falecer. Ela relata a tristeza em buscar um local para enterrar o ‘menino’, como o chamava.

“Nossa sociedade tem a tradição cultural de enterrar seus entes queridos. Como não considerar da família um bichinho que viveu por 11 anos na mesma família? Segundo o veterinário, a solução é descarte, ou cremação pra me devolver as cinzas, ou enterrar no meu terreno. Sinceramente, nenhuma das alternativas é viável. As alternativas de ter as cinzas em casa ou enterrá-lo em casa são ofensivas ao bem-estar da família, e ofende nossa cultura de respeito aos entes queridos que se foram”, pontua a moradora.

Ela relata que chegou a procurar pela Pax da família, pedindo para que o bicho fosse enterrado e jazigo, mas pedido foi negado, pois não seria permitido. O veterinário da senhora teria a relatado que há cemitérios de animais domésticos em outras cidades e que Campo Grande chegou a ter projeto em terreno no bairro Lageado, mas não foi viabilizado por ter lençol freático.

Por fim, ela diz que precisou descartar o bicho. Ela sugere à promotoria alternativas como criar, de fato, um cemitério de animais em Campo Grande, ou que seja feito parcerias com cemitérios particulares para permitir o sepultamento de animais com a família.

A promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, da 26ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, encaminhou ofício à Solurb, para que informe como é feito o atendimento da população quanto ao recolhimento dos animais domésticos mortos e como é feita a destinação final.

Foi encaminhado ofício também para a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), para que preste os esclarecimentos sobre qual método (enterro, cremação ou descarte) de destinação final de animais domésticos é tecnicamente menos agressivo ao meio ambiente e se há previsão de implantação de cemitério ou crematório pelo poder público municipal.

Mariane Chianezi

MIDIAMAX