Raíssas: esperanças de ouro em Paris 2024 falam da preparação a três meses dos jogos

26/04/2024 04h12 - Atualizado há 10 dias

Rayssa Leal, destaque no skate, e Raíssa Machado, recordista mundial no lançamento de dardos paralímpico compartilham muito mais que só o nome

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Rayssa Leal e Raíssa Machado compartilham histórias e motivações para Paris 2024

(CAROL SPERANDIO/LIGA ESPORTIVA NESCAU)

A 92 dias do início dos Jogos Olímpicos de Paris, e a 125 dos Jogos Paralímpicos. São pouco mais de três meses para que os atletas finalizem suas preparações para a maior competição poliesportiva do mundo. Neste período, os anseios, medos, motivações e inspirações florescem a cada dia.

Na manhã desta quinta-feira (25), a Liga Esportiva Nescau, o maior campeonato poliesportivo estudantil do país, promoveu um encontro entre “Raíssas”. A ideia era divulgar a ampliação de edições e regiões que receberão o campeonato e as embaixadoras da Liga, Rayssa Leal e Raíssa Machado, ambas medalhistas de prata nos Jogos de Tóquio em 2021, compartilharam suas experiências pessoais e as diferenças em suas etapas de preparação até Paris.

Aos 16 anos, Rayssa Leal, ou a “Fadinha do Skate” como é conhecida internacionalmente, acaba de ser campeã da última etapa da Street League Skateboarding (SLS), realizada no último sábado (20), em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos.

A maranhense destacou a importância da inclusão e motivação no esporte, afirmando que “O Brasil é uma fábrica de talentos que devem ser explorados”. Leal ainda ressaltou seu empenho em realizar seu maior sonho, a conquista do ouro olímpico.

Já a detentora do recorde mundial paraolímpico no lançamento de dardos F65, Raíssa Machado, reforçou a necessidade de não limitar os esforços e os incentivos às pessoas com deficiência. Ela ressaltou: “O pior preconceito não é a fala, mas sim o olhar”.

As atletas também destacaram a importância do apoio familiar em todas as etapas. A medalhista de ouro nos jogos Parapan-Americanos de 2023, realizado em Santiago, no Chile, conta que sua mãe sempre a criou como uma pessoa “normal”, sem limitações. E acredita que as famílias de crianças com deficiência não devem “passar a mão na cabeça” de seus filhos, criando restrições imaginárias.

Raíssa Machado se vê como um “pivô na mudança dos pensamentos de pais e mães de crianças com deficiência”, e enxerga no esporte paralímpico um imenso potencial de transformação na vida dessas pessoas.

A “Fadinha” também destacou que não teria se tornado bicampeã do X-Games e conquistado tudo o que conquistou sem o apoio dos pais. Mesmo sem conseguir prover os melhores equipamentos, roupas e acessórios, abdicaram da própria vida para embarcar no sonho da pequena Rayssa.

Raíssa Machado ainda participará, entre os dias 17 e 25 de maio, do Mundial de Atletismo em Kobe, no Japão, em busca da qualificação para os Jogos Paraolímpicos, que tem início marcado para o dia 28 de agosto.

*Estagiário do R7 supervisionado por Carla Canteras.

João Pedro Benedetti*, do R7