‘Matei minha mulher com uma faca’: feminicida de Luana cometeu o mesmo crime em 2022

29/10/2025 09h53 - Atualizado há 2 dias

Gilson estava foragido desde 2022 quando, matou podóloga no MT

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Gilson foi preso e encaminhado para a Deam. (Reprodução: Fala Povo)

Dois feminicídios, três anos depois e o mesmo modus operandi: Gilson Castelan de Souza, de 48 anos, estava foragido desde 2022, quando matou a podóloga Silbene Guia Dolores da Silva, em Mato Grosso. Ele foi preso nesta terça-feira (28) após matar Luana Cristina Ferreira Alves com 11 facadas, em Campo Grande.

No dia 18 de junho de 2022, Silbene, de 40 anos, foi encontrada morta com facadas na cabeça e no pescoço. O crime aconteceu na região do Engordador, em Várzea Grande (MT), e os vizinhos ouviram gritos da podóloga por volta das 22 horas da noite anterior.

Entretanto, os vizinhos relataram que nada fizeram, pois as brigas entre Silbene e Gilson eram frequentes, segundo publicado pelo site local Gazeta Digital. Um familiar do feminicida tentou contato com ele desde o dia anterior ao crime, mas não obteve retorno.

Já na manhã do dia 18, Gilson teria ligado para o familiar por volta das 9h e confessado o crime. “Matei minha mulher com uma faca”, ele teria dito.

Diante da confissão, o familiar foi até a residência onde Gilson morava e se deparou com as portas fechadas. Ao olhar pela janela, ele viu o corpo de Silbene caído todo ensanguentado e acionou a polícia.

Depois, equipes da PM (Polícia Militar), Polícia Civil e Perícia foram até o local e constataram várias perfurações de faca pelo corpo da vítima. Gilson fugiu após o crime. Ele estava com um mandado de prisão em aberto pelo feminicídio.

Feminicídio de Luana em Campo Grande

Segundo o boletim de ocorrência, a PM foi acionada na noite desta terça-feira (28) para o Jardim Colúmbia, em Campo Grande, com a informação de que uma mulher havia sido esfaqueada na esquina de sua casa e pedia por socorro. Logo, os militares foram até o local, onde encontraram Luana com sangramento intenso e implorando por socorro em uma casa.

Na ocasião, uma testemunha contou que Luana adentrou sua varanda pedindo por ajuda, sentou-se em uma cadeira, mas caiu ao chão na entrada do imóvel. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para o local e realizou manobras de reanimação, mas Luana não resistiu e morreu. Foi constatado no local que a vítima apresentava 11 ferimentos provocados por faca na região das costas, do pescoço e do crânio.

Em seguida, outras três testemunhas foram identificadas e relataram que o autor desferiu vários golpes de faca contra a mulher enquanto ela estava sentada na varanda do pátio de uma empresa de máquinas.

Após o primeiro golpe da faca, Luana tentou fugir, mas foi atingida nas costas. Um dos funcionários da empresa tentou intervir, enquanto os outros dois correram. Gilson fugiu a pé e foi flagrado por câmeras de segurança, em direção ao centro da cidade.

Prisão e confissão

Logo, o proprietário da empresa de máquinas esteve no local e afirmou aos militares que fez contato telefônico com Gilson. Ao empresário, o homem admitiu a autoria do feminicídio, disse que estava na Avenida Cônsul Assaf Trad e enviou um áudio de confissão.

Diante disso, os policiais iniciaram diligências e encontraram o homem caminhando no cruzamento da avenida com a Rua Júlio Prestes, com um celular e uma faca na cintura. Ele foi abordado, confessou o crime novamente, mas resistiu à prisão e passou a lutar com os policiais. No local, foi necessário uso do spray de pimenta para conter Gilson, que foi preso e encaminhado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Além da PM, equipes da Deam e da Perícia foram acionadas para os levantamentos no local. Foi orientado que os funcionários da empresa de máquinas não alterassem a cena do crime, mas o pátio foi limpado mesmo assim.

Luana é a 32ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano de 2025 e deixa cinco filhos menores. A última vítima de feminicídio no estado foi Solene Aparecida Corrêa, morta asfixiada pela companheira, Laura Rosa Gonçalves, em Três Lagoas, no dia 21 de outubro.

Lívia Bezerra

MIDIAMAX