Santa Casa nega ter usado cordas para conter paciente; família acusa erro médico
Idoso de 77 anos morreu nesse fim de semana no hospital da Capital
A Santa Casa de Campo Grande afirmou que não utiliza cordas para conter pacientes e que toda medicação administrada está relatada no prontuário, que pode ser solicitado pela família. Nesse fim de semana, um idoso de 77 anos morreu no hospital e a família alega que houve sucessão de erros médicos.
Um boletim de ocorrência foi registrado nesse fim de semana pela neta do paciente, alegando que enfermeiros o amarraram com cordas e uma medicação aplicada resultou em uma parada cardiorrespiratória e em seguida na morte do idoso. Os familiares alegam ainda que o hospital não quis informar que medicação foi aplicada no paciente.
Conforme nota divulgada pelo maior hospital do Estado, a contenção de pacientes ocorre, mas não com cordas, como os familiares informaram à polícia. “No hospital não há cordas, o que ocorre é que quando o paciente se encontra com alteração do estado de consciência e, por conta disso, passa a retirar acessos de medicamentos, sondas ou fontes de oxigênio, é realizada a imobilização de membros superiores para sua autoproteção, pois a retirada brusca pode ser danosa a sua integridade física. A imobilização é feita com faixa de atadura sobre bandagem e apenas nos casos em que são necessárias”, diz o comunicado do hospital.
A família do idoso diz ainda que após ser transferido para o hospital, o paciente só teve piora do seu estado clínico. Ele foi encaminhado da unidade de saúde do Tiradentes para a Santa Casa após sofrer uma queda em casa e fraturar o fêmur.
“Não há indícios de relação entre a piora clínica do paciente e a medicação administrada no dia, até mesmo porque a mesma já vinha sendo administrada. O prontuário fica à disposição das pessoas autorizadas por lei a acessá-lo e ou solicitar cópia (familiares), nele consta todos os procedimentos e prescrições realizados”, completa a nota divulgada pela assessoria de comunicação do hospital.
O caso foi registrado pela neta como “morte a esclarecer” na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro. O hospital encaminhou o caso também para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), como determina a legislação.
“Em casos de morte em que o paciente deu entrada por conta de alguma forma de trauma, a Lei determina que o hospital envie o caso ao IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), a quem compete a emissão do atestado de óbito com as devidas conclusões sobre a causa da morte”, conclui a nota.
Por LEANDRO ABREU - Correio do Estado
Foto: Álvaro Rezende/Correio do Estado