Ataques ao Exército após eleição de 2022 motivaram criação de regras para redes

30/04/2024 04h45 - Atualizado há 19 dias

Em documento divulgado na semana passada pelo Exército, há alerta de que Força poderá "encaminhar às autoridades competentes" informações sobre comentários em redes sociais que incitem o ódio, violência e discriminação

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Ataques ao Exército após eleição de 2022 motivaram criação de regras para redes

O aumento de ataques ao Exército nas redes sociais após as eleições de 2022, da qual o ex-presidente Jair Bolsonaro saiu derrotado, motivou a criação de regras sobre comentários e mensagens nos perfis da Forças.

No documento Política de Moderação nas Redes Sociais divulgado pelo Exército na semana passada, há um alerta que a Força poderá “encaminhar às autoridades competentes” informações sobre comentários em suas redes sociais que incitem o ódio, a violência, a discriminação, entre outras situações.

Após as últimas eleições presidenciais quando bolsonaristas acamparam na frente dos quarteis, os perfis do Exército nas plataformas digitais aumentaram exponencialmente o número de seguidores.

Apenas no Instagram, passou de 2 milhões para 10 milhões seguidores – a maioria pedindo apoio ao um golpe de Estado.

Com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e após os atos golpistas de 8 de Janeiro, os comentários e mensagens nas redes sociais do Exército passaram a ser agressivas, com palavras de baixo calão e ataques pessoais ao comandante da Força, general Tomás Paiva, e outros generais.

Atualmente, o número de seguidores no Instragram caiu para cerca de 6 milhões e segue a tendência de queda. A avaliação no Exército que é um período de reacomodação.

Ao divulgar a nova Política de Moderação nas Redes Sociais, o Exército informou que o objetivo é garantir um ambiente democrático nas contas da instituição. Segundo a assessoria de imprensa da Força, “a ideia é regular, não censurar”.

O documento, que já vinha sendo elaborado desde o ano passado, passou pelo departamento jurídico da instituição e poderá passar por ajustes a partir da sua implementação.

O texto diz que o usuário que desrespeitar as normas poderá ser bloqueado imediatamente, independentemente de justificativa, consulta ou aviso. Ainda de acordo com a política, serão moderadas e/ou excluídas as mensagens que:

1- Usem linguagem inapropriada, obscena, caluniosa, grosseira, abusiva, difamatória, ofensiva ou de qualquer outra forma reprovável;

2- Concretizem apologia a práticas ilícitas;

3- Incitem o ódio, a violência, o racismo ou façam discriminação de qualquer ordem;

4 – Contenham ameaças, assédio, injúria, calúnia ou difamação, ou configurem qualquer outra forma de ilícito penal;

5 – Divulguem conteúdos na forma de spam ou “correntes”;

6- Caracterizem intuito comercial ou publicitário;

7- Estejam repetidas, desde que publicadas pelo mesmo autor;

8 – Sejam ininteligíveis ou descontextualizadas;

9- Contenham propagandas político-partidárias;

10 -Manifestações ou opiniões de cunho político ou ideológico;

11- Contenham links suspeitos ou representem ameaça à segurança da informação;

12 – Usem informações e imagem de pessoas e instituições indevidamente;

13 – Contenham dados pessoais do autor ou de terceiros;

14 – Violem os direitos de imagem e de propriedade intelectual;

15 – Sejam fraudulentas ou promovam conteúdo inverídico.

Jussara Soares - CNN BRASIL