Taxar super-ricos é forma de financiar políticas públicas contra fome, diz Haddad em Washington

18/04/2024 04h56 - Atualizado há 15 dias

Segundo ele, mundo está diante de desafios econômicos importantes e, se nada for feito, “fome em massa voltará com força”

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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a taxação de super-ricos vai contribuir com um “espaço adicional” no orçamento para financiar políticas públicas contra a fome e a pobreza. O chefe da economia brasileira falou sobre o assunto na abertura do evento relacionado à Aliança Global do G20 Contra a Fome e a Pobreza, em Washington, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (17).

Haddad disse que a luta contra fome e pobreza é “prioridade número um” da presidência brasileira no G20 e que a ideia é criar os meios para que os países que precisam de políticas para acabar com essas desigualdades possam implementar de forma rápida e eficiente.

Segundo ele, o maior desafio é quanto ao financiamento dessas políticas públicas. Assim, o ministro da Fazenda citou que há várias iniciativas sendo pensadas, e que a taxação dos super-ricos pode ser uma dessas ferramentas.

Haddad diz que tem medidas dentro do G20 que colocam a desigualdade como ponto central nas políticas macroeconômicas, criando estratégias e infraestruturas para “efeitos sociais positivos”.

“As conversas sobre tributação estão explorando formas inovadoras para fazer com que os super-ricos paguem sua justa cota de impostos, contribuindo assim para um espaço adicional para implementação de políticas públicas contra a fome e a pobreza”, disse Haddad.

O ministro ainda citou programas criados no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para erradicar a fome e realizar promoção social que foram “extremamente bem sucedidos”, mas que nos últimos a falta de visão política e crise socioeconômica culminaram em retrocessos.

Na apresentação, ministro também citou que o mundo vive um momento “crítico” devido às decisões tomadas durante a pandemia de Covid-19, que resultou em uma “inflação perversa, em especial no sul global”.

Segundo ele, o mundo está diante de desafios econômicos importantes e, se nada for feito, “a fome em massa voltará com força”.

Cristiane Noberto da CNN Brasília